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Testemunhos – Associação Mellitus Criança

TESTEMUNHO DE MÃE

O PIOR DIA E O MAIS MARCANTE DA MINHA VIDA

Percebi os primeiros sinais da doença, antes do diagnóstico médico: o meu filho apresentava um mau hálito horrível tipo fruta podre, sede e fome insaciável, necessidade de urinar muitas vezes, algumas urinas noturnas na cama, cansaço extremo e fraqueza e um emagrecimento súbito de dia para dia.

O dia do seu internamento no Hospital e a confirmação do seu diagnóstico foi o pior dia e o mais marcante da minha vida. O CHOQUE da realidade ouvida. Naquele momento tudo desabou e uma parte de mim morreu por dentro, uma tristeza profunda instalou-se, revoltei-me com o mundo, com Deus, com tudo e todos e tantos PORQUÊS que invadiam a minha cabeça.

Foi horrível ouvir e ver o internamento do meu filho, ele esperneava, gritava, chorava, estava tão assustado e debilitado e não queria colaborar com a equipa médica que estava a tentar colocar-lhe os cateteres nas suas mãozinhas para que pudessem administrar-lhe a medicação por meio intravenoso e o soro que lhe era imprescindível naquela hora.

Nunca irei esquecer aquela noite de aflição, aqueles gritos… o choro de medo do meu filho, ficarão para sempre gravados nos meus ouvidos e na minha memória.

O diagnóstico da Diabetes Mellitus Tipo 1 lançou-nos a nós pais e familiares uma situação assustadora e desconhecida. Aos poucos, tomámos conhecimento da extrema gravidade da doença. Ficámos em desespero e demos conta do quanto e como nos sentíamos despreparados quando recebemos o diagnóstico. Havendo necessidade de internamento, vivemos uma experiência traumática e marcante. Cada vez mais preocupados e ansiosos, tornando nos cientes da necessidade de tratamento e acompanhamento médico rigoroso.

O impacto do diagnóstico causou-me sentimentos de negação e culpa, não queria aceitar a doença do meu filho, MAS, mesmo no fundo do poço tinha que me levantar e seguir em frente pois ele a partir daquela hora e mais que tudo naquele momento iria necessitar de todo o apoio e aprendizagem dos pais para poder entender o que tinha e o que iria mudar na sua vida e na vida de todos que o rodeiam a partir daquela noite.

A aprendizagem de novas rotinas passara de nós pais, para os nossos familiares e colaboradores da escola em que frequentava. Era deveras importante que o nosso filho se integrasse o mais rápido possível na sua rotina diária mas com as novas rotinas que iriam fazer parte da vida dele.

Como mãe, passei momentos muito difíceis sem dúvida, tinha noites em que o meu filho dormia profundamente e eu chorava baixinho desesperadamente ao seu lado acariciando o seu rosto, revoltada com a vida e questionando-me porquê. Na verdade o meu filho sempre sentiu a segurança da mãe e eu nunca deixei transparecer para ele como me sentia revoltada e perdida no mundo. Tudo ao nosso alcance para o ajudar e esse alcance não chega para o poder curar.

Talvez essa força e segurança o tenha tornado mais forte e daí ele, hoje, encare o seu diagnóstico de outra forma.

Se o meu filho veio ao mundo, é porque eu tanto o desejei e por ele tudo farei, não baixo as mãos, coração de mãe fala mais alto, ele é a minha vida…

Se Deus nos deu esta missão é porque sabe que o meu filho é deveras forte para a ultrapassar da melhor forma e tem sempre ao lado dele a mãe e o pai que irão fazer de tudo para que ele esteja sempre bem e se sinta feliz. Vamos lá cumprir essa missão!

Procuramos dar-lhe uma boa educação e fazer dele um verdadeiro guerreiro, para que em relação à diabetes ele se sinta sempre confortável e não encare a diabetes como um obstáculo na vida dele. A diabetes tem de se adaptar a ele e não ele á diabetes.

Como pais, temos de dar suporte ao nosso filho, há que acreditar que temos que aceitar e enfrentar os desafios da vida, além de estimular-mos o nosso filho para a sua segurança e qualidade de vida.

Hoje, ele tem uma bomba infusora de insulina o que lhe dá muita autonomia e confiança.

Somos uma família feliz, o nosso filho é muito amado, é ele que nos dá força e que muito nos ensina.

O nosso grande Guerreiro…
Amo-te meu filho.