A insulina é uma hormona produzida nos Ilhéus de Langerhans do pâncreas, nomeadamente nas célulasβ, que permite que as células utilizem a glicose existente no sangue como fonte de energia. A sua importância é devido à sua função de atuar como a chave “que abre a porta” da célula para a entrada da glucose. O organismo necessita de uma pequena quantidade de insulina mesmo entre as refeições e durante a noite para controlar a glicose produzida no fígado. Isto chama-se “nível basal de insulina”.

A insulina é essencial à vida e não pode deixar de administrar. Nas pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 1, essa hormona não é produzida pelo pâncreas, pelas situações atrás descritas. O tratamento da Diabetes Mellitus Tipo 1 é através do controlo glicémico e administração de insulina. Após o diagnóstico é iniciado de imediato o tratamento com insulina subcutânea, a dose de insulina é ajustada considerando o valor glicémico, a quantidade de hidratos de carbono ingeridos e se vai fazer atividade física.

As duas primeiras devido à sua ação rápida são usadas em bólus às refeições. As últimas, como tem um efeito mais lento são usadas como insulina basal entre as refeições e à noite.

A insulina é administrada por via subcutânea ou intravenosa (só em ambiente hospitalar). Por via subcutânea usualmente é feita por injeções com canetas. Ou através de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (PSCI), vulgarmente denominadas “Bombas de Insulina”.

O tratamento com canetas de insulina pode incluir várias injeções de insulina durante o dia. Injeções de insulina rápida ou ultra-rápida em bólus antes das refeições. E uma ou duas injeções de insulina lenta para ter insulina basal entre as refeições e o período noturno. O objetivo é simular a secreção normal de insulina do organismo.

A insulina deve ser administrada por injeção subcutânea, no tecido adiposo por baixo da pele. Por essa razão aconselha-se fazer uma prega cutânea, quando é administrada por caneta. A velocidade de injeção varia de 3-30 segundos, pelo que se aconselha a contar até 10 devagar (ou rápido até 20) enquanto se mantem a agulha dentro da pele. A absorção de insulina está relacionada com a camada de tecido adiposo subcutâneo. Assim aconselha-se a barriga e nádegas para insulina rápida e ultra-rápida. As coxas e parte superior externa dos braços para a insulina lenta. É importante rodar os sítios das injeções dentro de cada zona para evitar formação de nódulos (lipo-hipertrofia), que por sua vez dificultam absorção da insulina interferindo na eficácia do tratamento.

Nas Bombas de Insulina é só usada insulina ultra-rápida ou rápida. A Bomba de Insulina fornece uma insulina basal durante 24 horas todos dias. Com diferentes taxas basais durante o dia e a noite de acordo com o perfil de cada pessoa. Às refeições são administrados bólus pressionando um botão na bomba. Para se conseguir determinar a dose necessária são precisas as medições de glicemia (picadas no dedo) e a quantidade de hidratos de carbono às refeições. A insulina é bombeada através de um tubo fino (cateter) que se encontra ligado a uma cânula debaixo da pele (subcutaneamente). Os cateteres são trocados 2-4 dias consoante o fabricante e cada pessoa.