O QUE DEVEMOS COMER
Dúvidas surgem quando nos deparamos com esta temática pela primeira vez… Será que tenho que mudar completamente a minha alimentação? Já não vou poder ingerir os meus alimentos preferidos?
Se recuarmos no tempo, falamos em dietas alimentares bastante restritivas, hoje em dia e com o conhecimento das características nutricionais dos alimentos, é possível saber a quantidade de açúcares presentes em cada alimento.
Partindo deste princípio, podemos utilizar uma estratégia nutricional, a contagem dos hidratos de carbono (açúcares).
Aqui ficam umas dicas:
O que são hidratos de carbono?
Os hidratos de carbono, também conhecidos por açúcares, são um dos macronutrientes necessários ao nosso organismo, e tem uma função principalmente energética. Este macronutriente é dividido em duas categorias: complexos, ou seja, um conjunto de moléculas que para serem absorvidas tem de ser degradadas, e simples, constituídas por apenas uma ou duas moléculas, prontas a serem absorvidas. A diferença está no tempo de absorção e no índice glicémico (velocidade a que o alimento é digerido e absorvido pelo organismo).
De que forma é efetuada a contagem de hidratos de carbono?
A contagem é uma ferramenta que destaca os hidratos de carbono como os mais influentes na resposta glicémica após as refeições.
Desta forma, há que perceber quais os alimentos que devemos contabilizar, pois os alimentos possuem diferentes quantidades de açúcar.
Existem dois tipos de contagem: Contagem Básica e contagem Avançada.
Contagem Básica: adequado para quem não faz insulinoterapia, e consiste num valor de hidratos de carbono, consistentes em cada refeição, ou seja, deve manter o mesmo valor de açúcares a cada refeição.
Contagem Avançada: para quem faz esquema intensivo de insulina, ou seja, ajusta a quantidade de insulina à quantidade de hidratos de carbono ingeridos a cada refeição, o valor de açúcares a cada refeição pode variar.
Quais os alimentos que devem fazer parte da contagem de hidratos de carbono?
- Cereais, derivados e tubérculos: arroz, milho, pão, massas, bolachas, cereais de pequeno-almoço, farinhas, batatas;
- Leguminosas secas (feijão, grão-de bico, lentilha) e frescas (ervilha, fava);
- Leite e iogurtes;
- Fruta e sumos de fruta;
- Outros: açúcar, mel, marmelada, compotas, refrigerantes, rebuçados, gomas, bolos, sobremesas, gelados, biscoitos, etc
- Chocolate, salgados, pratos mais elaborados (empadão, bacalhau com natas, lasanhas, etc..)
Devo fazer contagem de hidratos de carbono?
Compete à equipa médica a decisão. É certo que promove um maior controlo glicémico ao mesmo tempo que permite uma maior flexibilidade na escolha de alimentos, nas quantidades, nos horários e número de refeições. No entanto, exige motivação e capacidade de aprendizagem, literacia e numerária, pois pode gerar um balanço energético positivo.
